Tempestade

Jorge Amado destaca a chegada da noite com tempestade, carregada de nuvens, balançando os navios atracados e maltratando os navegadores.
Todos abandonaram o cais. O preto Rufino, sabia que, com a tempestade, não encontraria Esmeralda . Mestre Manuel resolveu não sair com seu saveiro, preferiu ficar ao lado de Maria Clara. Lívia ficou afilta, à beira do cais, sob a chuva e o vento, esperando Guma que vinha no "Valente", desafiando a fúria dos ventos. Um saveiro virou no mar e dois homens ,Raimundo e Jacques, caíram na água e morreram.

Cancioneiro do Cais

Mesmo depois da tempestade, Lívia continua esperando Guma e ouve os gemidos de Maria Clara dentro do saveiro com mestre Manuel.
Rufino conta a Lívia que Raimundo e Jacques morreram afogados,Guma encontrou seus corpos. Todos passam a compartilhar do sofrimento de Judith, mulher de Jacques, uma mulata que estava grávida,ela não terá amor esta noite nem nunca mais, pois seu homem morreu no mar.

Terras do sem fim

O velho Francisco conhece varias canções, pois foram quarenta anos num saveiro, e era amigo de todos na região.
Uma vez, quando salvou uma tripulação, viu o vulto de Iemanjá.
Já teve três saveiros, mas agora só vive de remendar as velas de Guma. O Pai de Guma,Frederico, era seu irmão ,ele morreu na tempestade para salvá-lo, e depois sua mulher Rita, morreu do coração quando soube do acidente com o marido.

A mãe de Guma, que o entregou ao pai logo que ele nasceu, chega de Recife para levar o menino.Quando foi apresentá-la ao filho, Guma pensou que aquela fosse a mulher que seu tio lhe prometera, que deitaria com ele numa cama, mesmo tendo apenas onze anos. Guma assusta-se ao saber que aquela mulher era sua mãe, pois nunca lhe tinham falado dela. Ela o chama de filho e só então Guma sente um pouco de ternura por ela,mas despediu-se e nunca mais voltou,pois seu destino era o mar.


Uma noite, Velho Francisco deixou uma mulata para Guma no saveiro. Depois, vieram outras. Somente quando Guma tinha dezoito anos, o tio contou ao sobrinho as aventuras do irmão, que vivia pelo mundo.
Guma já era homem, pois manobrava muito bem um saveiro.